Cada vez mais alunos optam por cursos técnicos superiores

Admin Inspiring Future
3 abril 2017
O número de alunos matriculados nos CTeSP - às vezes referidos como Tesp, por ser mais fácil de pronunciar - bateu um recorde este ano, o terceiro de existência depois da atualização em relação aos CET. As contas são do jornal Público, que aponta para uma estimativa de 11500 estudantes a frequentar os Cursos Técnicos Superiores Profissionais.
 
Cerca de 80% dos alunos estão em politécnicos públicos, sendo que também existe este tipo de formação nas instituições privadas, que não divulgam os números. São cerca de 9200 os alunos matriculados no ensino público, com a estimativa de que estarão 2300 nas instituições privadas. A este valor ainda se poderia acrescentar 1400 alunos, que entretanto desistiram do curso.
 
Nos distritos com mais alunos está o Instituto Politécnico de Leiria. São 1460 os alunos inscritos pelos vários CTeSP, como Automação, Robótica e Manutenção Industrial ou Comunicação Audiovisual. Os politécnicos de Bragança e do Cávado e do Ave seguem nas respetivas segunda e terceira posições.É interessante ver a tendência positiva de afluência com o CTeSP: no primeiro ano, 2014/15, inscreveram-se 395 alunos apenas; no seguinte foram mais de 6 mil e no ano passado quase 7 mil, valor igual a 2013, no último ano de existência dos CET.
 
Os Cursos Técnicos Superiores Profissionais são, então, uma opção cada vez mais viável para os alunos, sendo que a maior parte deles provém do ensino profissional secundário. Contudo, qualquer estudante pode candidatar-se aos CTeSP, que atribuem uma formação superior, mas inferior à qualificação obtida através de licenciatura. Uma das grandes vertentes destes cursos é a faceta prática e virada para o tecido empresarial local - o formando faz sempre um estágio de seis meses num empresa, de modo a consolidar conhecimentos de forma prática.
 
Depois de terminar um curso técnico destes, o estudante pode ainda seguir para um estudo de licenciatura, uma medida que se tornou mais fácil recentemente. Para o Ex-secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes, "os Tesp não devem ser vistos pela população como uma ponte para o ensino superior. Se assim for, perdem a sua natureza e torna-se pouco útil o estágio que faz parte da formação e que serve para a aproximação do estudante com o mercado de trabalho", disse ao Público.