Do ensino profissional para o Politécnico de Setúbal

20 maio 2022

Lançado no verão de 2020, o Concurso Especial para alunos do Ensino Profissional e Artístico veio permitir um acesso mais justo ao Ensino Superior, para quem provém de outras formações de nível secundário, para além dos cursos científico-humanísticos. Duas estudantes que ingressaram no Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), através deste novo regime de acesso, falam-nos das vantagens de ser avaliado através de uma prova local, que tem em conta a sua formação específica.

Se é verdade que, uma vez concluído o ensino secundário ou equivalente, ninguém estava impedido de aceder a qualquer licenciatura, na prática, os exames nacionais acabavam por deixar pelo caminho os alunos das vias profissionalizantes e dos cursos artísticos especializados, ao incidir essencialmente sobre matérias lecionadas nos cursos científico-humanísticos. Um obstáculo tornado evidente pelas estatísticas: 45% dos estudantes do ensino secundário frequentam as vias profissionalizantes, mas somente um número reduzido prossegue, efetivamente, os seus estudos para o ensino superior.

Este novo regime vem valorizar estas vias de qualificação, criando um concurso especial exclusivo para quem concluiu o ensino profissional ou artístico especializado, equivalente ao ensino secundário. Substituindo os exames nacionais pela realização e aprovação de uma prova local na instituição onde seja lecionado o curso pretendido, este novo concurso permite reequilibrar a igualdade de oportunidades no acesso ao ensino superior.

 

“Estamos a fazer um exame para o nosso tipo de formação”
Rita Gonçalves, Licenciatura em Terapia da Fala

Esta foi a via de entrada de Rita Gonçalves no Politécnico de Setúbal, depois de concluir o curso profissional de Técnico de Apoio Familiar e de Apoio à Comunidade. Estagiou numa residência sénior, onde atualmente trabalha, e o contacto diário com os profissionais de saúde neste contexto fez com que fosse alimentando o sonho de ser um deles. Além disso, “não queria ficar só com o 12º ano”, sublinha a estudante de Terapia da Fala, na Escola Superior de Saúde do IPS.

Na hora de escolher, não hesitou. “O IPS sempre foi a minha primeira opção”, diz. Não só por estar perto de casa, mas também - e sobretudo -  pelas boas referências que lhe foram chegando sobre os “métodos de ensino” no Politécnico de Setúbal. “Tenho muitos conhecidos que completaram as suas formações nesta instituição e que, hoje, são profissionais de saúde colocados”.

Quanto aos benefícios deste acesso especial, sublinha a “mais-valia” para quem vem do Ensino Profissional e Artístico. “Estamos a fazer um exame para o nosso tipo de formação, que é de natureza muito mais prática. Não temos um ensino tão aprofundado nas matérias que são avaliadas nos exames nacionais, como o Português e a Matemática, sendo quase impossível, sem estudo extra ou mesmo ajuda externa, conseguir ter uma boa nota que nos permita entrar pela via ‘normal’”.

No Politécnico de Setúbal, a Rita sente-se como peixe dentro de água, por já dominar “muitos termos técnicos” da área da Saúde e a dinâmica dos trabalhos e apresentações a que se habituou no ensino profissional. “Sinto-me em pé de igualdade com os meus colegas que vieram do secundário científico-humanístico”, confessa, orgulhosa por ter sido eleita delegada de turma. Além disso, sente-se “muito bem enquadrada no espírito académico, estou na tuna da minha escola superior, fui às praxes. Está a ser uma experiência enriquecedora e os professores são bastante acessíveis”.

 

“É uma oportunidade de prosseguirmos estudos e de realizarmos os nossos sonhos”
Rita Ferreira, Licenciatura em Animação Sociocultural

 

Tendo concluído o curso profissional de Apoio à Infância, em Lisboa, Rita Ferreira percebeu que “trabalhar com crianças” era o que mais gostava de fazer e que teria de seguir uma licenciatura que lhe desse essa oportunidade. Por isso, ingressou na Licenciatura em Animação Sociocultural, na Escola Superior de Educação do IPS. Fê-lo através deste concurso especial, que a trouxe até Setúbal, onde encontrou opções para “conquistar o meu sonho”, sem se afastar muito da cidade de Lisboa, onde reside. Falhou “por décimas” o seu curso de eleição, Educação Básica (também no Politécnico de Setúbal), mas não está arrependida. “Até agora, o curso tem sido bastante interessante e tem-me surpreendido bastante. A minha experiência no IPS tem sido fantástica, as aprendizagens são ótimas e o ambiente é super acolhedor, tenho tido ajuda para tudo o que preciso”.

Sobre esta nova via de acesso ao Ensino Superior, Rita Ferreira considera que “veio trazer bastantes benefícios para quem sai de um curso profissional”, sendo uma “oportunidade de prosseguirmos estudos e de conseguirmos realizar os nossos sonhos”. “Por vezes, nos cursos profissionais não obtemos os requisitos para conseguirmos realizar um exame nacional. No meu caso, foi muito mais adequado fazer uma prova local, que não devia ser só para este concurso especial, também os alunos do concurso nacional deveriam ter esta oportunidade”, defende.

 

Estão abertas as candidaturas às provas locais

Este é o acesso ideal para ti? Então ficas a saber que as candidaturas às provas locais já estão a decorrer no Politécnico de Setúbal. Tens até ao próximo dia 03 de junho, para efetuares a tua candidatura à prova local exigida para a licenciatura que pretendes. No âmbito do Concurso Especial para alunos do Ensino Profissional e Artístico, o IPS tem vagas exclusivas para um total de 28 licenciaturas, tanto em regime diurno, como em pós-laboral e noturno, e em áreas tão diversas como Engenharias e Tecnologias, Ciências Empresariais, Saúde, Desporto, Ciências Sociais e Educação.

 

Ainda tens dúvidas sobre este acesso especial?

Para esclareceres todas as tuas dúvidas, assiste e participa na sessão online que o IPS vai realizar no próximo dia 23 de maio, entre as 17h30 e as 19h00.

Sabe mais e entra na sessão online em studyinsetubal.pt